‘Fibromialgia não é frescura’: condição afeta milhões de brasileiros e exige tratamento multidisciplinar


Doença ainda cercada de estigmas, a fibromialgia provoca dores crônicas e afeta mais de 3% da população; diagnóstico correto e abordagem integrada são fundamentais.

Quem convive com dor não precisa sofrer em silêncio. Essa é a premissa que norteia o atendimento de milhares de pacientes diagnosticados com fibromialgia — uma síndrome crônica e complexa que atinge cerca de 3% da população brasileira, em sua maioria mulheres entre 30 e 50 anos, mas que também pode acometer homens, idosos, adolescentes e até crianças.

Apesar de ser relativamente comum, a fibromialgia ainda é subestimada. “Muitos pacientes chegam ao consultório relatando anos de sofrimento, sendo desacreditados por familiares, colegas de trabalho e até por profissionais da saúde”, afirma o Dr. Rodolfo Queiroz, médico anestesista especialista em dor (CRM 24738 / RQE 15511), integrante da equipe do Instituto Landim.

O que é a fibromialgia?

A fibromialgia (FM) é caracterizada por uma dor muscular generalizada e persistente, que dura mais de três meses e não apresenta evidência de inflamação nas regiões doloridas. Além disso, os pacientes frequentemente enfrentam sono não reparador, fadiga intensa, alterações cognitivas (como lapsos de memória e dificuldade de concentração), além de sintomas de ansiedade e depressão.

“O paciente com fibromialgia não sente apenas dor. Ele também se sente incompreendido, exausto e emocionalmente abalado. É uma condição que impacta toda a vida, do sono ao desempenho no trabalho”, destaca o Dr. Rodolfo.

Causas ainda em estudo

As causas exatas da fibromialgia ainda não são totalmente compreendidas. No entanto, a principal hipótese é de que há um desequilíbrio na forma como o cérebro e o sistema nervoso processam os estímulos de dor, o que torna o corpo extremamente sensível.

Estudos com exames de imagem funcional mostram hiperatividade em áreas do cérebro associadas à dor, mesmo sem um fator inflamatório presente. Essa condição de sensibilidade exacerbada também pode ser percebida em outros sistemas, como no trato gastrointestinal ou na bexiga.

Gatilhos como traumas físicos, doenças graves, estresse emocional intenso ou dores mal tratadas podem desencadear ou agravar a síndrome.

Diagnóstico clínico e cuidadoso

O diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico. Exames laboratoriais são úteis apenas para descartar outras doenças, pois os pacientes com FM geralmente apresentam resultados normais. Exames de imagem, como ressonâncias e radiografias, devem ser avaliados com cautela, já que alterações detectadas nem sempre explicam a dor sentida.

Segundo o Dr. Rodolfo, “a escuta atenta e a análise criteriosa dos sintomas são fundamentais. O diagnóstico correto evita tratamentos inadequados e oferece ao paciente o alívio que ele tanto busca”.

Qualidade de vida comprometida

Embora a fibromialgia não provoque deformidades físicas ou lesões permanentes, o impacto na qualidade de vida é profundo. “Imagine sentir dor todos os dias, sem saber a origem exata e ainda ser questionado se ela realmente existe”, comenta o médico.

Pessoas com FM muitas vezes se isolam socialmente, têm dificuldades no ambiente de trabalho e enfrentam barreiras emocionais e físicas que comprometem sua autonomia e bem-estar.

Tratamento exige abordagem integrada

O tratamento da fibromialgia deve ser multidisciplinar e individualizado, combinando estratégias que envolvam o corpo e a mente. Segundo o Dr. Rodolfo, o cuidado com o paciente vai muito além da prescrição de medicamentos. “A chave está no equilíbrio entre atividade física, orientação adequada e, quando necessário, intervenções terapêuticas complementares”, explica.

Entre os pilares do tratamento, destacam-se:

  • Exercício físico aeróbico: prática regular de atividades como caminhada, bicicleta ou natação, que ajuda a regular o sistema nervoso e a reduzir a hipersensibilidade.
  • Educação em saúde: entender a doença e suas particularidades fortalece o protagonismo do paciente.
  • Terapia psicológica: fundamental para lidar com as limitações e desenvolver estratégias de enfrentamento.
  • Tratamento medicamentoso: o uso de fármacos como pregabalina e duloxetina pode ajudar a modular a dor e melhorar o sono e o humor. Relaxantes musculares e analgésicos também são indicados conforme o perfil do paciente.

“A dor precisa ser combatida em todas as suas dimensões: física, emocional e social. O trabalho em equipe faz toda a diferença”, reforça o Dr. Rodolfo.

O papel das terapias complementares

Além do tratamento clínico, terapias como laserterapia e infiltrações com substâncias específicas, quando bem indicadas, podem auxiliar na melhora dos sintomas, principalmente em pacientes que não respondem bem às abordagens convencionais.

No Instituto Landim, essas técnicas são utilizadas de forma personalizada, sempre com acompanhamento rigoroso e baseado em evidências científicas.

Viver com menos dor é possível

A boa notícia é que, com o tratamento adequado, os sintomas da fibromialgia podem ser controlados, permitindo que o paciente recupere gradualmente sua qualidade de vida. “É um processo contínuo, que exige comprometimento, mas que traz resultados muito positivos. O mais importante é não desistir”, finaliza o Dr. Rodolfo Queiroz.

A fibromialgia não tem cura, mas a vida com menos dor é absolutamente possível — desde que o diagnóstico seja feito de forma correta e o tratamento respeite a individualidade e a complexidade de cada caso.

Se você sofre com dores crônicas, entre em contato com o Instituto Landim e faça uma avaliação médica: (71) 99972-3787.

Centro Médico do Vale, salas 215 e 216, Canela – Salvador.

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